No Dia do Cavalo (14/9), o Haras das 8 Virtudes - de Ricardo Bacellar - promoveu o Dia de Campo “O Bem-Estar Animal e o Melhor Desempenho dos Cavalos nas Funções Rurais”. Com palestras e apresentações práticas, o evento reuniu dezenas de pessoas interessadas em praticar os princípios do bem-estar equestre com seus animais.
O Dia de Campo promovido pelo Haras das 8 Virtudes celebrou os 15 anos da criação e a Re-certificação do Haras no programa Sela Verde, relacionado às práticas de Bem-Estar Equestre em propriedades rurais. A ocasião reuniu cerca de 50 participantes de alguns estados do Brasil (SP, DF, MG) para acompanhar seis especialistas que abordaram temas inerentes às funções desempenhadas pelos cavalos e ao bem-estar durante as atividades. As apresentações foram realizadas em três ambientes: sala de aula e três pistas distintas dentro do Haras, conduzidas por profissionais referências em bem-estar, entre eles, Rodrigo Sarkis (Sela Verde), Fernando Rolim, Luíza Magalhães, Sérgio Lima Beck e Túlio Cruz Marins. A ocasião também contou com a apresentação de Cláudia Ceola, do programa de Bem-Estar da empresa Guabi (parceira do evento).
De acordo com o anfitrião, Ricardo Bacellar, a programação foi ampla, abordando da criação ao desempenho funcional, além de assuntos complementares. “Apresentamos os cavalos se desempenhando a contento nas três funções inerentes ao ambiente rural: equitação de trabalho, cavalgada/viagem a cavalo e lida com o gado; os animais estavam tranquilos e preparados para estas funções, podendo-se notar neles uma expressão serena e confiante durante as atividades. Vimos que tudo isto teve como princípio básico o bem-estar dos cavalos, cumprindo totalmente o objetivo do dia de campo. Recebemos um público muito interessado no conteúdo e participando ativamente com perguntas e comentários. Foi um dia totalmente satisfatório e feliz”, ressaltou Bacellar. Por coincidência, o dia de campo ocorreu no sábado 14/09, data instituída pelo governo do Rio Grande do Sul para ser o Dia do Cavalo (Lei nº 11.973), sendo atualmente celebrada em todo o país. Bacellar complementa que ama os cavalos e tem a preocupação de disseminar um tema ainda não muito explorado: a cultura de educação equestre de forma a favorecer os cavalos, despertando nas pessoas a consciência e o interesse de desenvolverem capacidades para lidar melhor com seus animais. “Os cavalos são utilizados para diversas funções, muitas vezes sem considerar seus limites. Geralmente, são impostas condições aos animais que são distantes do que seria adequado para eles e sem ponderar que eles têm capacidades e necessidades individuais”, frisou. A intenção de Bacellar é dar sequência ao Dia de Campo do Haras das 8 Virtudes explorando novos temas relacionados ao bem-estar e às necessidades pertinentes aos cavalos, pois trata-se de um universo rico a ser explorado. Além disso, o criador que tem em seu haras cerca de 90 animais, coloca à disposição de interessados na filosofia Sela Verde de criação, 18 cavalos já treinados e prontos para desempenhar as três principais funções destacadas neste dia de campo: lida de campo, cavalgadas/ viagens a cavalo e equitação de trabalho. As ofertas também incluem uma potra e dois óvulos. Palavras dos palestrantes Rodrigo Sarkis (Sela Verde) - O programa Sela Verde tem o objetivo de incentivar boas práticas de manejo, preservação ambiental e responsabilidade social em propriedades rurais criadoras de equinos. Sarkis apresentou os princípios do programa e ressaltou em sua apresentação que o médico veterinário é o tutor da vida e deve cuidar dos cavalos pensando no que é melhor para o animal, não necessariamente para o patrão. Além disso, ele trouxe duas pessoas de Brasília/DF para testemunhar sobre o comportamento diferenciado dos cavalos criados na programa Sela Verde. Uma delas foi João Prudente que, de acordo com seu depoimento, observou o comportamento agressivo de sua égua diante da presença de um certo peão. Após conhecer o Sela Verde e mudar a égua de hospedagem, ficou impressionado com a transformação positiva no comportamento do animal, que demonstra mais confiança e tranquilidade na interação com os humanos. Já a psicóloga Mariana Ribeiro realiza experiências terapêuticas com as pessoas na baia dos cavalos e observa que os cavalos têm ensinado outros meios para se conhecer as pessoas. “As pessoas no mundo dos cavalos são focadas em cavalos, eu sou focada em pessoas e utilizo o cavalo como meio terapêutico com resultados muito positivos.”
Fernando Rolim - Em sua apresentação, Rolim utilizou o cavalo Guga da Água Boa e destacou que o relacionamento ético do homem com o cavalo começa desde o momento do primeiro contato com um potro, durante sua cura de umbigo. Segundo ele, “as questões de relacionamento precisam estar claras entre os homens e os cavalos. Não existe relação amigável se o cavalo não permite a aproximação humana. É importante habituar o cavalo ao toque (escovação, nuca, orelhas, cabeça), porém, sem tirar sua sensibilidade. Não posso ser incoerente em meu comportamento com o cavalo, esperando que meu cavalo tenha um comportamento que eu sonho com os humanos. É o cavalo que tem que medir um bom cavaleiro e não o contrário”. Luíza Magalhães - A palestrante Luíza realizou uma demonstração de treinamento de cavalos direcionado para a equitação de trabalho, que é uma modalidade de esporte que representa o trabalho rural. Ela montou Destino V8, um garanhão já treinado dentro das boas práticas de equitação, que apresentou claramente a facilidade para a execução das tarefas. Segundo Luíza, “é importante ressaltar, pois faz parte do dia de campo, que os cavalos devem ser funcionais, companheiros de trabalho e também, amigos. Desta forma, nos comunicaremos com eles de uma forma positiva e eficaz”, ela destacou, complementando que “para mim, a equitação é como uma dança, esta comparação faz muito sentido, pois é como se pudéssemos treinar como seriam as atividades reais em uma fazenda: uma porteira para abrir, uma ponte para passar, se eu precisar buscar um saco de sal... e vamos treinando esta ‘dança’, com um propósito”, ressalta a treinadora, finalizando que os exercícios de adestramento são importantes pois, primeiro, é necessário desenvolver com os cavalos uma relação de confiança e parceria, objetivando uma comunicação eficaz. “Por isso gosto muito de trabalhar primeiro a relação pois, se o cavalo está relaxado, ele consegue estar mais atento”. Cláudia Ceola - A supervisora técnica da Guabi realizou uma apresentação do Programa Guabi de Bem-Estar Animal para os participantes do dia de campo. O programa se baseia em cinco pilares: nutrição e hidratação, ambiência, saúde e status, comportamento e estado mental dos animais. A responsabilidade sob estes cinco domínios dos cavalos, de acordo com o Conselho Federal de Medicina Veterinária, é dos médicos veterinários. Cláudia explicou que “este programa é uma forma de apoio aos criadores e aos profissionais que atuam com cavalos, como uma das formas de apoiar os criatórios em suas atividades com os equinos. As propriedades discutem os itens do programa, pontuam a propriedade com notas de 1 a 4 e, no caso de notas baixas, traça-se um plano de ação com tempo pré-determinado para a melhoria desta atividade. A lógica das palestras apresentadas no Dia de Campo “O Bem-Estar Animal e o Melhor Desempenho dos Cavalos nas Funções Rurais” foi muito bem elaborada e veio ao encontro dos princípios que buscamos no programa da Guabi”, concluiu. Sérgio Lima Beck - Em sua apresentação, Sérgio ressaltou que uma das finalidades do Haras das 8 Virtudes é produzir animais para cavalgadas, com base nas oito virtudes: vontade, inteligência, rusticidade, temperamento, utilidade, docilidade, elegância, suavidade. Ele destacou que “deve-se planejar a viagem considerando sempre os cuidados e o bem-estar dos cavalos durante o trajeto. Exemplo: é importante pesar a bagagem que está sendo transportada, para que o peso fique por igual nos dois lados. Existe diferença entre cavalgada e viagem a cavalo: na primeira, são algumas horas; na segunda, considera-se a partir de um pernoite. As viagens a cavalo são uma forma contemplativa de cavalgar. Os cavalos abrem as porteiras e abrem as portas, proporcionando amizades inusitadas. Uma viagem a cavalo reúne condições para se executar uma boa equitação”, explica Beck. Ele complementa que “dentre as características do cavalo que devem ser selecionadas para uma boa cavalgada, estão a índole e o temperamento, cabendo ressaltar que são coisas diferentes: a índole está relacionada à docilidade e o temperamento ao fácil controle do animal”, finalizou o especialista. Túlio Cruz Marins - Encerrando o Dia de Campo, o profissional Túlio Marins se apresentou juntamente com a equipe do Haras das 8 Virtudes, Ernani e Dylan. Eles montaram os cavalos Ipiranga V8 (Dylan), Galileu V8 (Ernani) e Gabarito V8 (Tulio) e simularam atividades de funções rurais com vacas leiteiras, demonstrando na prática a eficiência dos animais quando estão alinhados ao bem estar equestre. “São cavalos que fizeram movimentos de altíssimo nível, como recuar em diagonal por exemplo. Eles atendem os comandos com facilidade, pois foram ‘alfabetizados’ da forma correta. Se vocês acham simples estes movimentos vistos durante o dia de campo, sugiro visitar outro lugar que utiliza cavalos em funções rurais pois, logo no início, será nítida a diferença. Ressaltando que só montei neste cavalo Gabarito V8 apenas 3 vezes na vida”, ressaltou Túlio. Para saber mais sobre o Haras das 8 Virtudes, siga as redes sociais Youtube, Instagram ou Facebook, buscando por @8virtudes ou através do site www.harasdas8virtudes.com.br
fonte: Assessoria de Imprensa (Luciene Gazeta)