A modalidade do hipismo nomeada Atrelagem voltou às pistas nesse sábado (25/5), marcando a retomada do Ranking Brasileiro de Atrelagem 2024. A pista de grama do Clube de Campo São Paulo recebeu os concorrentes - cerca de 20 conjuntos - nas categorias Singular (um cavalo), Parelha (dois cavalos) e Quadra (quatro cavalos).
As provas de Maneabilidade (cones), aquelas em que os condutores cumprem um percurso e vence o que não derrubar qualquer parte (cones ou bolinhas) dos obstáculos no melhor tempo, abriram a 1ª Etapa do Ranking de Atrelagem da CBH 2024, válida também pela Federação Paulista de Hipismo.
Apesar das nuvens anunciarem as mudanças que viriam ao longo do dia, em nada ofuscaram a beleza do local, cujo gramado ficou exclusivo para apresentações das raças participantes, Lusitano e Crioulo em sua maioria. Na condução das rédeas, competidores iniciantes, amadores e profissionais mostraram - em percurso desenhado por Susana Reinhardt - sua paixão pelo esporte e habilidade nas manobras. Coube à categoria Singular Iniciante a apresentação de concorrentes estreantes: Gabriela Minatto Cherubini e Bruno Ricardo C. Antunes da Silva Santos que se revelaram na condução de belos exemplares Puro Sangue Lusitano. Nas demais categorias, os resultados mostram que o tempo passado fora das pistas não foi um fator negativo. Ao contrário, Ana Carolina, Ângela e Eduard Schönburg, Renata Cerqueira, Rafaela Meibach, Antonio Mariano, Valentim Brito e Fábio da Silva provam que o treino rotineiro foi determinante na busca dos resultados abaixo:
"É verdade que, com a pandemia, a Atrelagem deu uma esfriada e parada momentânea. Mas, felizmente, temos a grande retomada com três etapas ao longo de 2024, a começar por essa primeira no Clube de Campo São Paulo. A próxima será no Haras Larissa (Monte Mor, SP) e a terceira em local ainda a ser definido", antecipa Ana Carolina Borja Coelho da Fonseca, diretora de Atrelagem da CBH e pioneira da modalidade (a primeira a defender o Brasil em Campeonato Mundial - 2012, em Portugal -, na categoria singular).
Renata Cerqueira, da comissão organizadora, destaca que o sucesso do evento e da premiação também não estariam completos sem o apoio das marcas - Brufort, AM Ferramentas e Mirror Equestrian - que agraciaram os participantes com excelentes produtos.
Mais sobre a modalidade
Atrelagem Esportiva tem como objetivo mostrar a versatilidade do condutor na condução de um ou mais cavalos atrelados a um “carro” (carruagem, trole etc). O esporte caracteriza-se pelos movimentos sincronizados e ritmados dos animais, pela beleza plástica do conjunto, elegância dos arreios e dos trajes dos condutores, além da habilidade e destreza na condução dos cavalos.
Em 1970, quando as competições já eram realidade em mais de 20 países da Europa e América do Norte, a Atrelagem foi reconhecida como esporte pela Federação Equestre Internacional - FEI. Assim, a entidade máxima mundial do hipismo passou a promover o Concurso Completo composto por três provas: Adestramento, Maratona e Maneabilidade (ou prova dos cones). As provas são divididas pelas categorias de um animal (Singular), dois (Parelha) e quatro animais (Quadra), sendo cada uma subdividida em Iniciante, Amador e Profissional.
Atrelagem esportiva no Brasil
A Atrelagem é modalidade reconhecida pela Federação Equestre Internacional - FEI, disputada como um Concurso Completo em três etapas: Adestramento, Cross e Maneabilidade.
Pelo menos até início dos anos 2000, sua prática no Brasil se limitava a animais atrelados para passeios e demonstrações em eventos equestres, exposições agropecuárias e romarias. Participavam desde os pesos-pesados das raças Bretão, Percheron e Clydesdale, aos animais de sela como o American Troter, Crioulo, Brasileiro de Hipismo, Puro Sangue Lusitano, Haflinger, Welsh Cobs e Pôneis, entre outras.
No final de 2009, a Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) adotou os regulamentos da Federação Equestre Internacional - FEI - e passou a reger o esporte no país.
Com iniciativas da CBH e entidades privadas, como o Haras Larissa e as Fazendas Interagro, os adeptos da modalidade passaram a ter acesso a clínicas e cursos com nomes de destaque internacional, aumentando o número de criadores e raças para o esporte. Em 2011, a CBH promoveu o primeiro Campeonato Brasileiro de Atrelagem, aberto a todas as raças, além do primeiro ranking brasileiro da modalidade.
fonte: Heleno Clemente e Rute Araújo / imagens Renata Cerqueira
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