Letícia e Billy Hexton, conjunto top team nos Três Tambores.
Conheça um pouco desta campeã de Três Tambores. Leticia Mamede conta um pouco de sua vida profissional e da experiência com a PRO 1 Barrel Racing, a 1ª agência para atletas desta modalidade.
Para um atleta tornar-se ídolo no Brasil (talvez, no mundo), não basta que ele seja bom. É preciso contar com a mídia para mostrá-lo ao mercado, divulgar seu nome e imagem, para torná-lo cada vez mais conhecido. Muitas vezes, o toque mágico vem do patrocínio que recebe. Mas isso não acontece para todos, nem da noite para o dia, independente da qualidade técnica de cada um.
A atleta de 3 tambores, Letícia Mamede, está consciente disso e procura focar seu crescimento profissional como "o seu desafio de todos os dias", pois sabe que muitas empresas ainda não descobriram esse filão chamado patrocínio. "Se soubessem do potencial, com certeza o Brasil teria um perfil diferente em todos os esportes", avalia.
Letícia é conhecida nas redes sociais por Letícia Veterinária Mamede, porque concilia a profissão com a paixão pelas provas de tambor. Hoje, aliada à PRO 1 (possivelmente, a primeira agência para competidores da modalidade no Brasil), ela está encontrando um caminho para subsidiar os gastos comuns à sua atividade esportiva.
Trote&Galope conversou com a atleta no centro de treinamento (CT Marcos Ribeiro, em Artur Nogueira, SP) onde ela e seu Billy Hexton FL recebem criterioso treinamento.
T&G - Quando começou a montar? Por que 3 tambores?
Letícia - Comecei aos 12 anos de idade, enquanto a paixão por cavalos surgia ao folhear as revistas Rodeio Universitário que meu irmão trazia para casa. Fui atrás, mas na época era difícil para manter um cavalo, daí a alternativa foi a madrinhagem (em rodeios, como salva-vidas a cavalo, tirando os peões do perigo). Fiz isso dos 14 aos 16 anos, mas para todo rodeio eu precisava de autorização do juiz. Com a queda no setor, minha mãe também não permitia que eu fosse para longe, e aí acabei me aproximando do tambor que faço até hoje.
T&G - Então já era uma escolha profissional...
Letícia - De certa forma sim. Parei no período de faculdade e retomei forte há três anos, com nova rotina de treinamento e participação em provas.
T&G - Você acha que, nos 3 tambores, quem reina são as mulheres?
Letícia - Hoje, Tambor é a modalidade da família, pois reúne de kids a master. Mas não há como negar a presença massiva das mulheres nos rodeios. Por isso falam que é a prova mais charmosa de todas.
T&G - Qual é a sua rotina de treinamento?
Letícia - Fora de época de competições, 3 a 4 vezes por semana. Em campeonatos, 1 ou 2 vezes por semana para poupar o animal, revezando estrada e treino.
T&G - Quais são os requisitos necessários para estar nesse esporte?
Letícia - Treinamento do cavalo em primeiro lugar, ou seja, preparo do animal pelo treinador e depois a formação do conjunto "cavalo + cavaleiro". Ambos têm que estar preparados e muito bem treinados. No dia a dia, cada qual vai aumentando seu condicionamento físico e técnico, mas acho imprescindível que o cavaleiro se preocupe em estar pronto para todas as exigências do esporte. No meu caso, faço academia para fortalecer ombros e pernas, além de controlar o peso. Não é porque as provas têm regras de peso mínimo (homens, 75Kg; mulheres, 65Kg) que podemos descuidar; o desempenho do cavalo depende da carga que ele leva.
T&G - É possível conciliar o esporte com a profissão?
Letícia - Tenho uma clínica veterinária que atende "pets" em horário comercial, por isso treino à noite. Quando necessário, consigo adequar a agenda.
T&G - Sendo veterinária, quais são as suas preocupações com o seu cavalo?
Letícia - Sou adepta da medicina preventiva. Isso é primordial para evitar lesões. Por isso, antes de treinar, examino o cavalo em busca de pontos doloridos. E só treino se estiver tudo bem. Depois, não há nada melhor para o animal do que uma boa ducha, alimentação adequada e descanso. Conheço o meu Billy e sei que se ele não trabalhar bem, pode estar com alguma dor. Acho que todos deveriam ter preocupações assim.
T&G - Quais têm sido suas conquistas nos 3 tambores?
Letícia - Ano passado, fui bicampeã em Jacutinga. Sou atual campeã de rodeios de Americana e Capivari, São Sebastião da Bela Vista; Torrinhas, Mineiros do Tietê, Porto Feliz, 2º lugar. Também, desde abril de 2014, tenho me mantido no Top Team (entre as 10 que ficam na final) de todas as provas.
T&G - Quantos cavalos leva para as provas?
Letícia - Somente o Billy no momento, mas já estou preparando um segundo cavalo para revezar. Acho que nem preciso dizer que também é da minha raça preferida: Quarto de Milha.
T&G - Como descreve a emoção pré-prova, digo, o que passa na sua cabeça naqueles segundos contra o cronômetro?
Letícia - É comum um certo nervosismo, dependendo da prova, do local. Mas tenho que manter o psicológico firme e não passar a tensão para o animal. Naturalmente, ele sabe que vai correr e fica agitado também, seu coração até bate mais forte. Cabe a mim passar a tranquilidade que ele precisa para fazer uma boa prova. Lá dentro, depois, meu único foco está nos obstáculos. É um pensamento técnico, tentando refazer tudo o que fizemos nos treinos, mantendo velocidade, ângulo de curva, só parando de pensar na última pernada. A concentração tem que ser total até passar a fotocélula.
T&G - Já sofreu algum acidente?
Letícia - Acidentes sempre podem acontecer. Já caí do cavalo que empinou no partidor, e caí com o cavalo durante uma prova. Durante um treino, parti a musculatura da coxa e fiquei seis meses de molho. Mas tudo sem consequências sérias.
T&G - E a vaidade feminina, como fica? Cabelos compridos combinam com a poeira?
Letícia - Acho que a poeira já faz parte do figurino. No rodeio, o tambor é conhecido como a prova mais charmosa de todas. Por isso, nas finais há mais produção (roupa, batom, maquiagem, rímel, lápis) e é normal as meninas se reunirem para fazer escova, independente do clima e da poeira. "A foto tem que sair boa", costumo brincar. Além do mais, há o regulamento que define o traje western (jeans, camisa de manga comprida, chapéu, cinto). Então, por que não colocar brilho em tudo isso, inclusive no cavalo?
T&G - Qual é sua dica para quem deseja iniciar-se no esporte?
Letícia - Eu penso que existe uma ordem: treinar bastante, fazer o esporte com amor, respeitar o animal, pensar em superação de seus próprios limites. Pensar em fama nunca deve vir antes de tudo isso; não dá certo.
PRO 1 - Uma agência em busca de talentos
Para muitos, patrocínio é uma das ações de marketing mais importantes na estratégia de divulgação de qualquer marca. Seu objetivo de valorização institucional, da empresa que patrocina, busca maior potencial de divulgação na mídia até atingir a cobiçada "propaganda" espontânea (sem custo), que dará ainda mais credibilidade que a mídia paga.
No que diz respeito ao atleta, o fato de ser patrocinado reflete muito na sua valorização, pois seu nome e imagem serão amplamente divulgados pela empresa que o patrocina. Some-se a isso o apoio financeiro / material que passa a receber, tornando possível mais treinamento e mais participações em provas.
Entretanto, no dia a dia de determinados esportes, o que se nota é o desconhecimento de todo esse potencial e a carência de apoio ao crescimento dos atletas. Foi essa demanda que inspirou Murilo Pires na criação da PRO 1, a primeira agência para competidores de 3 tambores do Brasil.
Com sede em Capivari, a PRO 1 nasceu com objetivos ousados, mas não impossíveis: encontrar talentos e dar a eles oportunidades de crescer no esporte; apoiar atletas que já têm uma carreira, promover seu nome e aproveitar sua visibilidade para buscar benefícios e melhoria de sua carreira profissional, podendo assim viver do esporte. Com o mesmo empenho, lutar para que a modalidade 3 tambores seja mais vista no país, mais divulgada na mídia, com o reconhecimento merecido.
A atleta Letícia Mamede está confiante na parceria com a PRO 1, iniciada em janeiro deste ano. "Agenciamento de atletas é uma coisa nova nesse segmento, mas tenho as melhores expectativas. Ser veterinária e atleta envolve muitas exigências, pois tenho que trabalhar, estudar, treinar e dar conta de uma série de responsabilidades. Não daria para eu correr atrás de patrocínio. Tendo a PRO 1 comigo, tudo bem, uma preocupação a menos."
Murilo (PRO 1), Letícia / Billy e Marquinho (treinador responsável pelo CT Marcos Ribeiro)
O empresário Murilo Pires valida cada palavra da atleta, pois a PRO 1 nasceu para isso. Com um trabalho de marketing individualizado, já agrega 20 atletas distribuídas nas categorias Iniciante, Intermediário e Top. Mas alerta que "o mundo do patrocínio não é fácil, nem cor de rosa". Para explicar, ele vai buscar exemplos no futebol e na Fórmula 1, em que não basta o nome, "tem que ter gol e foto no pódio".
A agência faz todo o "meio de campo": busca o patrocinador, faz reuniões, apresenta vídeos, fotos, currículo, resultados de campanha das atletas. Mas quem toma a decisão de patrocinar um atleta é a empresa que visa realizar uma ação promocional e, principalmente, que tenha uma estratégia de marketing para assegurar a valorização e o posicionamento da sua marca.
Murilo Pires enfatiza que, daqui em diante, todas as ações da agência estarão focadas para encontrar parceiros apoiadores desse projeto. Parceiros que aliem suas marcas e produtos às imagens dos atletas em eventos e na mídia. "Isso vai engrandecer todo o setor, gerando atletas cada vez mais competitivos e competições cada vez mais profissionais. Um estará ajudando o outro e, todos juntos, alcançarão ótimos resultados."