Gypsy Horse no interior paulista
O CAVALO DOS SONHOS
Sabemos que o uso de adjetivos deve ser moderado. Mas quando o assunto é Gypsy Horse, não dá para evitar.
Há pouco mais de 100 anos, ciganos da Grã-Bretanha desenvolveram uma linda
raça de cavalos. Por necessidade, precisavam de cavalos rústicos, fortes e
resistentes, que trabalhassem com pouca água e comida, e ainda fossem
coloridos para combinar com as caravanas e dóceis para manejo pelas crianças ciganas. Para chegar ao Gypsies Horses, partiram de raças compatíveis com as características pretendidas: Dales Ponei, Fell, Welsh Cob, Shire e Clydesdale.

Devido à rigorosa seleção e evolução ao longo do tempo, os Gypsies se tornaram animais de ótima índole e considerados uma das raças mais dóceis do mundo. Batizado como Gypsy Horse no Brasil, a raça também é conhecida como Gypsy Cob, Gypsy Vanner, Tinker e Irish Cob.
Por sua aparência majestosa, o Gypsy Horse impressiona muito pela inteligência, força, agilidade, carisma e grande interação com o homem. Não é à toa que, nos Estados Unidos, costumam chamá-lo de "Golden Retriever de cascos", pois é quase impossível não criá-lo como um pet. Fisicamente, apresentam longas crinas e muito pelo nas patas, podendo ainda possuir barba e bigode, características únicas que o tornam um animal tão exótico.
Como padrão oficial, animais da raça Gypsy devem ser fortes, compactos, harmoniosos, equilibrados, bem estruturados, com crinas e pelos sempre em abundância. A ossatura meio pesada exige musculatura robusta, mas a cabeça sempre proporcional ao corpo, retilínea, com orelhas bem posicionadas e pequenas. Olhos grandes e redondos expressam confiança e bondade, enquanto o pescoço robusto e compacto, corretamente arqueado, mostra largura harmoniosa para o corpo. Tórax amplo e definido, dorso musculoso e ligeiramente inclinado para o garrote, com a garupa um pouco mais alta que a cernelha, esta extremamente forte, redonda e bem definida.

Os padrões estabelecidos para a sua morfologia são bastante amplos e nada "engessados". Basta ver a regra do tamanho / altura. Embora a seção média da raça esteja entre 1,44m e 1,50m, a variação aceitável fica entre 1,38m até 1,65m de cernelha. Peso típico da raça: 450kg a 600kg.
Todas as pelagens são aceitas, no entanto, o Tobiano Negro ("pampa" de preto) se mantém como a mais tradicional. Mas quando se tentou restringir um padrão para a cor dos olhos, a dificuldade só aumentou devido à beleza dos animais estudados como referência. Então, ficaram o Preto, Castanhos claro e escuro, azul, verde e mel.
Aprovado pela Confederação Americana de Adestramento Olímpico como cavalo de sela, devido ao andamento flexível e confortável, pode também ser treinado para a equoterapia, equitação de trabalho, hipismo (até 1,20m), volteio, rédeas, desfiles, adestramento circense, atrelagem e lazer para a
família. De adaptação fácil, devido à sua rusticidade, são cavalos que se dão bem nos mais diferentes climas. No Brasil, onde a raça vem sendo criada há cinco anos, essa versatilidade tem sido crucial para o desenvolvimento do plantel.
Quando se pensa no futuro e nas oportunidades de negócio que o mercado equestre oferece, o Gypsy Horse logo se apresenta por ser excelente cavalo para quem busca lazer e prazer. Seu trote confortável e galope excelente o torna muito agradável para passeios. Mas não precisa muito para descobrir que ele é um animal completo, bonito, confiável, inteligente, exótico, rústico, dócil e resistente. Somando-se as suas outras inúmeras qualidades, consiste em um cavalo dos mais procurados do mundo e grande oportunidade para novos criadores.
Gypsy Horse no Brasil
Apesar da raça ser muito nova por aqui - dois criadores e 40 animais em todo o território brasileiro - e de haver dependência de informações buscadas na Europa, Estados Unidos e Canadá, já está sendo criada a associação da raça. Enquanto isso, o criatório que abriu as portas para receber a Estilo Hípico foi Royal Gypsy Horse, na cidade Porto Feliz - SP, região de importantes referências na criação, reprodução e profissionalização da área equestre nacional.
Bárbara Izabela Costa, fundadora do criatório e apaixonada por cavalos, tornou-se a segunda criadora da raça no país quando buscava uma raça que fosse o mais dócil possível. Escolheu o Gypsy Horse por suas características exóticas e qualidades que os diferenciam das demais raças.
Assim nasceu a "casa dos cavalos dos sonhos", inicialmente com apenas um garanhão (Royal Cream), um potro (Royal Split) e três fêmeas européias (todas prenhas).
Uma delas - adiantadamente - deu à luz no Curral da Polícia Federal no aeroporto, onde nasceu um lindo potrinho (Royal Premier). Hoje, o criatório se apresenta com 12 matrizes e 4 garanhões, importados e descendidos das melhores linhagens da raça e possuidores de pelagens altamente diferenciadas e raras. Somando-se os potros, são 20 animais no plantel, com mais três em gestação. No Royal Gypsy Horse, mantém-se os melhores padrões profissionais de manejo da raça, com toda a estrutura física e mão de obra especializada para criar o habitat ideal de adaptação dos importados e de seus futuros descendentes em solo brasileiro. Em primeiro lugar está o bem-estar do animal, fator imprescindível para o bom desenvolvimento de suas aptidões, preservação do padrão, pureza, temperamento, beleza, força, rusticidade, docilidade e interação.
A base do processo criatório segue a característica original cigana: foco apenas na reprodução tradicional e natural. Isso faz com que sejam produzidos e ofertados poucos exemplares ao longo do ano, porém de altíssima qualidade. Devido às aptidões esportivas da raça, o criatório investe em dois de seus animais - Royal Cream e Royal Lady - para o adestramento clássico, recentemente exibidos na Expo Cavalos 2014, SP.
Royal Split, o potro "black tobiano" de 2 anos e meio que aparece nas fotos, provém de linhagens de bicampeões. Seu pai, Splash du Vallon, foi consagrado Bicampeão Francês da raça em todas as categorias (ele já era Campeão Francês de 2013, e novamente sagrou-se Campeão de 2014). Atualmente Royal Split é o único descendente de Splash no Brasil. Também o avô materno, Chance du Vallon, é Bicampeão Francês e um dos melhores garanhões que já existiram dentro da raça.