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Expedição Velho Chico já percorreu 1900 km

Bom desempenho das éguas da raça Mangalarga, que integram a cavalgada, tem garantido que a expedição alcance seus ousados objetivos.


Três cavaleiros montados erguem os chapéus tendo ao fundo a cachoeira Casca D'Anta, onde nasce o rio São Francisco.
Chegada à cachoeira Casca D’Anta no dia 23/09 (foto Gironda Promoções)

A Expedição Velho Chico chegou ao município baiano de Paratinga, na região de Bom Jesus da Lapa, na terça-feira (1/12). Com 1900 quilômetros já percorridos, a comitiva mangalarguista aproxima-se assim da metade de sua viagem, que irá percorrer toda a bacia hidrográfica do rio São Francisco, perfazendo um trajeto total de quatro mil quilômetros por seis estados brasileiros, ao longo de cinco meses de cavalgada.


Organizada pela Gironda Promoções, a expedição conta com o apoio da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM) e da Associação Internacional de Cavaleiros de Longa Distância (The Long Riders' Guild), sendo liderada pelos experientes cavaleiros Sebastião Malheiro Neto, 59 anos, e Pedro Luiz Aguiar - Pedroca - que completará 88 anos no dia 18 de fevereiro próximo, data prevista para a conclusão da jornada, com a chegada da expedição à foz do rio São Francisco.

A comitiva conta ainda com cinco éguas, cedidas por tradicionais criadores da raça Mangalarga. Dessa maneira, os cavaleiros têm duas montarias cada para revezar durante o percurso e ainda sobra um animal para a participação eventual de amigos e convidados por alguns trechos da cavalgada.

Malheiro mostra-se muito satisfeito com o andamento da expedição. “Como cavaleiro, eu não poderia estar mais feliz, pois temos conhecido lugares maravilhosos, mantendo sempre uma sinergia muito grande com nossos animais, que vem apresentando um desempenho muito bom ao longo da viagem. Além disso, está tudo a contento, com a cavalgada acontecendo dentro do cronograma que havíamos previsto.”


O projeto possui uma série de importantes metas. A primeira delas é colocar as atividades hípicas em evidência, mostrando a relevância do segmento equestre para o agronegócio nacional, afinal, o setor é responsável por movimentar uma cifra anual superior a R$ 16 bilhões, gerando mais de seiscentos mil empregos diretos, segundo dados da Câmara Setorial da Equideocultura do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).


A expedição pretende ainda popularizar as cavalgadas e raids equestres entre a população brasileira, mostrando como essas atividades são acessíveis a pessoas de diferentes faixas etárias e distintos graus de habilidade. A iniciativa, além disso, tem a intenção de colocar em evidência as qualidades do cavalo Mangalarga, equino de origem brasileira que apresenta grande aptidão para as cavalgadas de longa duração, graças à sua rusticidade, resistência campeira e, em especial, à sua marcha progressiva, cômoda e equilibrada.


Os objetivos do projeto, entretanto, não param por aí, se estendendo também ao campo científico. Afinal, a expedição tem o apoio e a participação de veterinários, zootecnistas e outros profissionais, que são responsáveis por coletar dados de pesquisa para análise e posterior publicação de trabalho científico, abordando a fisiologia do exercício dos animais ao longo da cavalgada.

Jornada desafiadora

A viagem começou na manhã de 4 de setembro, quando o grupo partiu do Parque do Lago, em Dourado (SP), local em que os animais selecionados para o projeto passaram por uma temporada de preparação e avaliação clínica. Na primeira etapa da viagem, que totalizou 541 quilômetros, o grupo atravessou a região norte do estado de São Paulo, seguindo até a Serra da Canastra, no estado de Minas Gerais, onde nasce o rio São Francisco.


Em 23 de setembro, a expedição chegou à região de São Roque de Minas (MG), onde se pode visualizar a cachoeira Casca D’Anta, maior queda-d’água do São Francisco, com 186 metros de altura, que se forma quando o Rio da Integração Nacional deixa o seu "berço" na Serra da Canastra.

Nesse recanto de extrema beleza, o grupo fez uma pausa de dez dias, durante a qual aproveitou para descansar e planejar a segunda e principal parte da viagem, que percorrerá toda a bacia hidrográfica do São Francisco. Também aproveitaram para conhecer melhor a cultura, a população e a natureza da região, realizando diversas atividades equestres, além de uma visita à nascente Curral de Pedra, na parte alta do Parque Nacional da Serra da Canastra.


No dia 5 de outubro, a expedição deixou São Roque de Minas, iniciando a etapa principal da viagem com destino à foz do São Francisco. A jornada prosseguiu por municípios como Bambuí, Moema, Bom Despacho, Martinho de Campos e Abaeté. Em 12 de outubro, os mangalarguistas tiveram oportunidade de conhecer a Lagoa Verde, o principal berçário de peixes do Velho Chico. Após um momento de pausa em 14 de outubro, durante o qual aproveitaram para repor as energias e tirar a poeira da tralha, os participantes seguiram viagem, chegando ao belo Lago Três Marias.


Os dois cavaleiros - de chapéu e bota - estão sobre uma ponte e mostram a bandeira da Associação Internacional de Cavaleiros de Longa Distância
A expedição tem o apoio da Associação Internacional de Cavaleiros de Longa Distância (foto Gironda Promoções)

A viagem seguiu pelo norte de Minas, com a comitiva atravessando os municípios de Morada Nova de Minas, Pirapora e Buritizeiro, que marcam a transição da região fisiográfica do Alto São Francisco para o Médio São Francisco, onde cavalos e cavaleiros atravessaram a histórica ponte Marechal Hermes, a primeira ponte metálica do país, inaugurada em 1922. Em seguida, a expedição adentrou o Circuito Urucuia Grande Sertão, no município de Urucuia, onde percorreu as veredas que tanto inspiraram a obra do escritor Guimarães Rosa.


Outra parada marcante no norte mineiro aconteceu no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, localizado na região dos municípios mineiros de Januária e São João das Missões. No local, a comitiva pode conferir belas paisagens emolduradas pela arte rupestre pré-histórica, em sítios arqueológicos situados nas grandes cavernas que marcam a geografia da área. Na sequência, o grupo adentrou o território baiano até alcançar os municípios de Bom Jesus da Lapa e Paratinga, localidade na qual se alcançou a marca de 1900 quilômetros, sendo 1361 quilômetros percorridos dentro da bacia hidrográfica do São Francisco.

Agora, a comitiva mangalarguista segue viagem pelo estado da Bahia.


Para acompanhar o dia a dia da expedição, acompanhe a página oficial do projeto no Instagram: @expedicaovelhochico.

fonte: Assessoria de Imprensa (Pedro C. Rebouças)


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